Casos de estupros consumados dobram em Juiz de Fora em 2017
Dados são da Sesp e foram coletados entre janeiro e abril. Delegada de Mulheres creditou aumento à conscientização das vítimas.
"
casos de estupros consumados e a vulneráveis registrados em Juiz de Fora aumentou consideravelmente entre janeiro e abril de 2017, com relação ao mesmo período de 2016. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) apontam crescimento de 100% no número de estupros e de 43,75% nos estupros de vulneráveis.
De acordo com a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil, Sheila Oliveira, o crescimento no número de registros se dá por conta de uma série de fatores, desde o aumento no número de casos até o trabalho de conscientização que tem levado mais vítimas a registrarem os casos sofridos.
“Em Juiz de Fora, há um trabalho diferenciado por conta da delegacia especializada e dos trabalhos desenvolvidos pela Casa da Mulher, que dão todo o suporte às vítimas de estupros. O trabalho humanizado encoraja as mulheres a registrarem estas ocorrências, desencadeando assim investigações e levando os suspeitos a serem responsabilizados por seus atos”, explicou a delegada.
Os dados da Sesp apontam que, de janeiro a abril de 2017, foram registrados 10 estupros consumados na cidade e 23 estupros a vulneráveis. No mesmo período do ano passado, os dados indicavam cinco estupros consumados e 16 a vulneráveis.
Casos como o da adolescente, de 12 anos, que foi estuprada e teve registro realizado posteriormente nesta segunda-feira (29), pela mãe, também contribuem para o aumento da estatística e se enquadram nos registros chamados de tardios, que segundo a delegada têm se tornado cada vez mais frequentes.
“Por perceberem a efetividade do trabalho de proteção à mulher, pessoas que foram vítimas de estupros há meses, ou anos, estão procurando registrar as ocorrências, pois como estes crimes têm longo prazo para prescrição, ainda há tempo para que sejam investigados, abertos inquéritos e seus responsáveis punidos segundo o rigor da lei”, revelou Oliveira.
Segundo a delegada, um dos principais fatores que apontam um crescimento real no número de casos é a internet, através de redes sociais. “É um campo fértil para pedófilos e outros criminosos do gênero, pois facilita o acesso às possíveis vítimas, por isso é tão importante que os pais mantenham monitoramento constante das atividades dos filhos, como no caso da adolescente de 12 anos”, destacou.
Oliveira reforçou ainda as orientações para que as pessoas se previnam contra situações de estupro, como evitar marcar encontros com pessoas desconhecidas, que só se viram através da internet, não transitar sozinha por locais escuros, ficar atento às relações entre familiares e sempre registrar ocorrência à primeira desconfiança, para que o caso seja investigado e a possível vítima receba os atendimentos hospitalares e psicológicos necessários.